Nos próximos meses empregadores e empregados terão que se adaptar a reforma trabalhista
Há quem defenda a reforma trabalhista e a considere como o primeiro passo para a modernização da legislação do trabalho brasileiro; outros já atestam que haverá uma precarização do trabalho por conta da modificação e supressão dos direitos dos trabalhadores.
Fato inconteste é que a lei foi aprovada por aqueles que se intitulam representantes do povo entrará em vigor, passando a valer as regras ali contidas, gostemos ou não.
O novo texto da reforma trabalhista altera mais de 100 artigos da CLT e cria ao menos duas novas categorias de contratação: o chamado “home office”, e a de trabalho intermitente – por jornada ou hora de serviço.
Vale destacar que a nova lei colocou fim da contribuição sindical, no entanto, direitos como FGTS, 13º salário, férias proporcionais, entre outros, foram asseguradas.
Mas qual o impacto da reforma trabalhista na rotina de bancários?
Mudanças com a reforma da CLT
O setor financeiro também será impactado pela reforma da CLT. Entre as grandes mudanças está a negociação de parâmetros trabalhistas sem a participação sindical, ou seja, os acordos serão feitos diretamente entre empresas e trabalhadores.
Entre os pontos que poderão ser negociados com a reforma trabalhista está a possibilidade de redução do intervalo mínimo de descanso e alimentação – de uma hora para meia hora no caso de jornadas de mais de seis horas diárias.
A proposta também passa a permitir a divisão dos 30 dias de férias em até três períodos.
A nova proposta cria um novo tipo de relação trabalhista: o trabalho intermitente.
Nesse caso, o trabalhador é contratado sob demanda, ou seja, quando a empresa tem produtividade excedente e precisa de mão de obra, remunerando o empregado por hora ou serviço trabalhado. Assim, não há garantia de uma jornada mínima.
Reestruturação e empregos nos bancos
A categoria bancária é uma classe que já vem sendo impactada nos últimos anos. A tecnologia tem exigido que instituições financeiras passem a se adequar a um “novo modelo” bancário, no entanto, vê-se claramente que o número de empregos e o perfil dos trabalhadores têm modificado.
Isso sugere que a reforma trabalhista irá contribuir ainda mais com os impactos no dia a dia de empregados bancários. Com a implementação de novas plataformas tecnológicas e a utilização do mobile bank, o relacionamento de bancos com seus clientes têm alterado, ou seja, da estrutura física para a interação virtual.
Com a possibilidade de realizar transações num único lugar através da internet, bancos passam a contar com a redução de custos e, consequentemente, a diminuição dos números de funcionários.
Em que pese, as considerações trazidas pela nova legislação, o fato é que as normas de segurança e saúde do trabalhador deverão ser observadas pela instituição financeira, bem como foi criado capítulo específico quanto ao dano extrapatrimonial, que visa justamente resguardar os direitos dos bancários que sofrem assédio moral.